quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O MEDO DA INTELIGÊNCIA

Amigo(a) leitor(a),
Hoje é dia 24 de Novembro.
Há 20 anos, noutro dia 24 de Novembro, só que de 1991, morria um dos artistas mais respeitados em todo o mundo. Freddie Mercury movimentou gerações. Assumiu sua bissexualidade quando namorava Mary, sua melhor amiga durante anos. Morreu devido a complicações pulmonares provenientes da AIDS.
Assim como Freddie, muitas pessoas talentosas são aclamadas apenas quando morrem, pois enquanto vivos, são mau tratados, tripudiados, massacrados com calúnias e inveja.
Você certamente já percebeu que a inteligência de uns, gera medo em outros?
Baseado no texto de José Alberto Gueiros, de 28 de setembro de 2005, segue minha coluna desta semana:

Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: "Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo, uns trinta inimigos. O talento assusta."

Não é demais lembrar a famosa trova de António Alexo, poeta português:
“Há tantos burros mandando
Em homens de inteligência
Que às vezes fico pensando
Que a burrice é uma Ciência”

Temos de admitir que, de um modo geral, os medíocres são mais obstinados na conquista de posições. Sabem ocupar os espaços vazios deixados pelos talentosos displicentes que não revelam o apetite do poder. Mas é preciso considerar que esses medíocres oportunistas e ambiciosos, têm o hábito de salvaguardar suas posições conquistadas com verdadeiras muralhas de granito por onde talentosos não conseguem passar. Em todas as áreas encontramos dessas fortalezas estabelecidas, as panelinhas

Dentro desse raciocínio, somos forçados a admitir que uma pessoa precisa se fingir de burra se quiser vencer na vida. É pecado fazer sombra a alguém até numa conversa social. Assim como um grupo de senhoras burguesas bem casadas boicota automaticamente a entrada de uma jovem mulher bonita no seu círculo de convivência, por medo de perderem seus maridos, também os encastelados medíocres se fecham como ostras à simples aparição de um talentoso jovem que os possa ameaçar.

Eles conhecem bem suas limitações, sabem como lhes custa desempenhar tarefas que os mais dotados realizam com uma perna nas costas, enfim, na medida em que admiram a facilidade com que os mais lúcidos resolvem problemas, os medíocres os repudiam para se defender. É um paradoxo angustiante.

Infelizmente, temos de viver segundo essas regras absurdas que transformam a inteligência numa espécie de desvantagem perante a vida.

Como é sábio o velho conselho de Nelson Rodrigues: finge-te de idiota e terás o céu e a terra.

O problema é que os inteligentes gostam de brilhar. Que Deus os proteja!

Outro problema é que nem sempre o Poder é fruto da inteligência e o Mundo vai de Mal a Pior. Que Deus nos proteja! Amém!

Abraços, saúde e sucesso!

Fábio R. Lais
www.turnoverconsultoria.blogspot.com

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