Amigo(a) leitor(a),
O
seu ouvido é penico?
O
meu não é e eu preciso compartilhar com vocês a minha irritação profunda com o
excesso de lixo que vem sendo despejado pelas rádios, programas de televisão,
internet e agora, até nas novelas.
Se
existe lixo sendo despejado, ou eles acham que o povo é a lixeira ou então, é
porque eles imaginam que somos um bando de hienas que gostam de comer carniça.
“joguem isso pra eles que eles gostam e
devoram”.
Vamos
à parada de sucesso da semana:
1º lugar: “Eu
quero tchu, eu quero tchá / Eu quero tchu tchá tchá tchu tchu tchá / Tchu tchá
tchá tchu tchu tchá / É isso ai galera, esse é o novo hit do João Lucas e
Marcelo / Tchu tchá tchá”.
2º lugar: “Dançar,
pular que hoje vai rolar / Tchê tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê /
Tcherere tchê tchê / Tchereretchê / Tchê, tchê, tchê / Gustavo Lima e você”.
3º lugar: “Sou
simples, mas eu te garanto eu sei fazer o Lê Lê Lê / Lê Lê Lê / Lê Lê Lê / Se
eu te pegar você vai ver”.
4º lugar: “Eu
vou pegar você e tãe, tãe, tãe, tãe / Eu vou morder você todinha / Eu vou pegar
você e tãe, tãe, tãe, tãe / Vou dá tapinha na bundinha?”.
As
músicas sempre fizeram sucesso pelas suas mensagens, letra, inspiração, melodia.
Eram companhias, marcavam histórias, representavam momentos, traduziam
sentimentos, enfim, possuíam conteúdo.
Se o
mundo mudou, as pessoas também mudaram! Isso é fato!
Mas
será que essa mudança está nos levando para o buraco negro musical?!
Antes,
rimava-se flor com amor, dor, frescor, esplendor. Saudade com verdade,
lealdade, cidade, amizade. Beleza com natureza. Solidão com ilusão, coração. Sentimento
com vento, pensamento.
Agora
as rimas são: Tchá com Tchá. Tchê com você. Lê lê lê com você. Todinha com
bundinha.
Houve
um tempo onde bandas de Axé cantavam “sucessos” entoando praticamente só as
vogais, com um vocalista sem camisa e descalço rebolando, gemendo e as músicas
ficavam mais ou menos assim “aê aê aê aê.... eieieiei..... ôôôôôôôôôô”.
Quando
estamos no carro, é praticamente impossível ouvir uma sequência de duas músicas
boas, sem que no bloco não toque nenhum desses “mega hits” do mais completo mau
gosto.
E o
pior é que eles acabam virando até alerta de telefone celular (que interrompe
as aulas).
Que
música seus filhos estão ouvindo, decorando, coreografando e reproduzindo? E
pior, entendendo!
Em
tempos mais remotos, músicas ruins eram drogas mais leves, como: Sonho de Ycaro
(Biafra), Mexe a cadeira (Vinny), Pimpolho (Art Popular), Serão Extra (Dr.
Silvana), Cohab City (Negritude Jr.), Garçon (Reginaldo Rossi), sem falar dos
funks absurdos, do Tiririca, do Molejão, do Latino, da Simony, da Banda Calipso
e do impagável “Bate forte o tambor, eu quero é tic tic tic tic tac” da Banda
Carrapicho.
Se isso
já era música ruim, como podemos classificar o que está “bombando” hoje em dia?
Culpa
dos artistas? Culpa das gravadoras? Culpa da ausência de talentos?
Culpa
nossa, que ouvimos, reouvimos, compramos CDs, DVDs, vamos aos shows e
assistimos aos programas e novelas?
Fique
sempre com a sua opinião e saiba que eu a respeito muito, como também agradeço
sempre por respeitarem a minha.
A única certeza é de que logo em breve alguém
vai se aproximar de você cantando “A mão
pra cima, a cintura solta, da meia volta, dança Kuduro”.
Abraços, saúde e sucesso!
FÁBIO R. LAIS
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