quinta-feira, 10 de maio de 2012

SEU OUVIDO É PENICO?


Amigo(a) leitor(a),
O seu ouvido é penico?
O meu não é e eu preciso compartilhar com vocês a minha irritação profunda com o excesso de lixo que vem sendo despejado pelas rádios, programas de televisão, internet e agora, até nas novelas.
Se existe lixo sendo despejado, ou eles acham que o povo é a lixeira ou então, é porque eles imaginam que somos um bando de hienas que gostam de comer carniça. “joguem isso pra eles que eles gostam e devoram”.
Vamos à parada de sucesso da semana:
1º lugar: “Eu quero tchu, eu quero tchá / Eu quero tchu tchá tchá tchu tchu tchá / Tchu tchá tchá tchu tchu tchá / É isso ai galera, esse é o novo hit do João Lucas e Marcelo / Tchu tchá tchá”.
2º lugar: “Dançar, pular que hoje vai rolar / Tchê tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê / Tcherere tchê tchê / Tchereretchê / Tchê, tchê, tchê / Gustavo Lima e você”.
3º lugar:Sou simples, mas eu te garanto eu sei fazer o Lê Lê Lê / Lê Lê Lê / Lê Lê Lê / Se eu te pegar você vai ver”.
4º lugar: “Eu vou pegar você e tãe, tãe, tãe, tãe / Eu vou morder você todinha / Eu vou pegar você e tãe, tãe, tãe, tãe / Vou dá tapinha na bundinha?”.
As músicas sempre fizeram sucesso pelas suas mensagens, letra, inspiração, melodia. Eram companhias, marcavam histórias, representavam momentos, traduziam sentimentos, enfim, possuíam conteúdo.
Se o mundo mudou, as pessoas também mudaram! Isso é fato!
Mas será que essa mudança está nos levando para o buraco negro musical?!
Antes, rimava-se flor com amor, dor, frescor, esplendor. Saudade com verdade, lealdade, cidade, amizade. Beleza com natureza. Solidão com ilusão, coração. Sentimento com vento, pensamento.
Agora as rimas são: Tchá com Tchá. Tchê com você. Lê lê lê com você. Todinha com bundinha.
Houve um tempo onde bandas de Axé cantavam “sucessos” entoando praticamente só as vogais, com um vocalista sem camisa e descalço rebolando, gemendo e as músicas ficavam mais ou menos assim “aê aê aê aê.... eieieiei..... ôôôôôôôôôô”.
Quando estamos no carro, é praticamente impossível ouvir uma sequência de duas músicas boas, sem que no bloco não toque nenhum desses “mega hits” do mais completo mau gosto.
E o pior é que eles acabam virando até alerta de telefone celular (que interrompe as aulas).
Que música seus filhos estão ouvindo, decorando, coreografando e reproduzindo? E pior, entendendo!
Em tempos mais remotos, músicas ruins eram drogas mais leves, como: Sonho de Ycaro (Biafra), Mexe a cadeira (Vinny), Pimpolho (Art Popular), Serão Extra (Dr. Silvana), Cohab City (Negritude Jr.), Garçon (Reginaldo Rossi), sem falar dos funks absurdos, do Tiririca, do Molejão, do Latino, da Simony, da Banda Calipso e do impagável “Bate forte o tambor, eu quero é tic tic tic tic tac” da Banda Carrapicho.
Se isso já era música ruim, como podemos classificar o que está “bombando” hoje em dia?
Culpa dos artistas? Culpa das gravadoras? Culpa da ausência de talentos?
Culpa nossa, que ouvimos, reouvimos, compramos CDs, DVDs, vamos aos shows e assistimos aos programas e novelas?
Fique sempre com a sua opinião e saiba que eu a respeito muito, como também agradeço sempre por respeitarem a minha.
A única certeza é de que logo em breve alguém vai se aproximar de você cantando “A mão pra cima, a cintura solta, da meia volta, dança Kuduro”.

Abraços, saúde e sucesso!

FÁBIO R. LAIS